quinta-feira, 28 de abril de 2016

Prelúdio sobre Amor-Não-Monogâmico e Saúde Emocional (texto por Sonia Menezes)


Já tendo iniciado meus estudos mais focados nesse tema há mais de um ano, decido começar a compilação de uma coletânea de impressões, enquanto, paralelamente, evoluo um trabalho acadêmico, que intento oferecer à comunidade científica, visando agregar conhecimento válido, benéfico e relevante à sociedade.


Minha intenção é demostrar a possibilidade de legitimação do Amor- Não- Monogâmigo como uma prática de saúde emocional pessoal e senso crítico refinado. 

O monogamismo compulsório encontra-se em obsolescência, ainda que extremamente  consolidado na subjetividade da sociedade atual. 

A união monogâmica vem apresentando , na prática, rupturas lícitas e ilícitas. As práticas de sua preservação percorrem vieses religiosos e  sociais, entretanto há um movimento na contra-corrente dessa preservação, tornando aceitáveis novas modalidades de relacionamento em que a rigidez se afrouxa, com a permissão e acolhimentos sociais. 

A dinâmica do padrão capitalista  que dita  o amor romântico propõe que a fidelidade seja fruto  da conciliação entre casamento, sexo, reciprocidade e indissolubilidade. Tal modelo supõe que  conflitos devam ser evitados ou suprimidos mediante força de ações modificadoras, onde um parceiro, inevitavelmente, cederá perante a diferença advinda do outro.
 Ao final, a segurança deve ser restituída e para que isso aconteça, a sujeição de uma ou ambas as partes será inevitável.

Parceiros envolvidos em relações monogâmicas vivenciam processos protetivos, muitas vezes opressores, sem que se pareçam errados, já que objetivam  a manutenção da relação. 
A naturalização dessa prática produz sujeitos indisponíveis para a aprendizagem e usufruto da sua liberdade constitucional, já que estas experiências contam com a atitude de não estar fechado, duro e defensivo, e a decorrente vulnerabilidade põe em risco a solidez almejada pelo amor romântico.

Trabalhos iniciados!



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